terça-feira, 25 de setembro de 2012

Engenheiro Imortal

Os ídolos não podem morrer...

Há coisas que nunca deveriam morrer. Uma flor bonita, uma música boa, um sorriso tímido e sincero. O brilho no olhar, o sol que nos aquece, a chama da vela, o vento da vela. Um rio nunca deveria secar. Era para ter proibição Divina para que os pais não morressem, nem os avós. Os amigos nunca deveriam morrer. O Ayrton Senna não poderia ter ido embora, e os Mamonas Assassinas foi muita sacanagem.

Esses dias, fiquei um "baita" tempo assistindo videos no YouTube do Humberto Gessinger, vocalista dos Engenheiros do Hawaii. Eram videos dele tocando e cantando pelo "TwitCan". Demais. Torci para que os videos nunca acabassem. A sensação que ficou foi de um show particular. Eu estava assistindo reprises de um "poketshow" que ele fez ao vivo para milhares de pessoas, mas a sensação é que naquele instante parecia um show só para mim. E uma sensação, além disso, inexplicável. Parecia que eu estava conversando com um amigo no MSN com a webcan ligada, a qualquer momento ele ia me dizer: "_Eaí Cássio, e o jogo ontem?"

Chegou um ponto, inconscientemente, que eu bebia um gole de café somente ao mesmo tempo em que o Humberto levantava e bebia sua caneca de chá. Estranho... Ainda mais estranho quando se trata de uma pessoa que nem te conhece. Eu o conheço. Um dia num show ele até acenou pra mim.

Não, eu não o conheço. Dos muitos shows que eu fui, de todas as músicas cantadas como um hino, de todas as vezes que eu fiquei até o fim, enquanto desmontavam tudo, esperando até o último minuto, só pra ver ele passar ligeiro e entrar dentro de uma Van. Não, não posso dizer que o conheço. O conhecemos assim, tão perto e tão distante. Essa é a sensação fã-ídolo. Essa era a sensação que eu queria explicar. Ali naquela TwitCan, tão perto e tão distante, objeto e observador. É você no Museu Du Louvre e a MonaLisa  lá bem distante, conhece mas não conhece.

O ídolo a gente conhece dentro de cada um.

Há coisas que nunca deveriam morrer. Uma árvore, uma estrela, um dia bom, um amor verdadeiro, tudo seguindo o seu caminho infinito, tudo seguindo numa  Highway Infinita.

Não há dúvidas que o Humberto Gessinger é ídolo de muita gente. Infinitos fãs, fãs de todas as idades, de todas as cores, fãs que nunca param de crescer. Ninguém=Ninguém, mas nesse caso, todos continuarão vestidos de Engenheiros e movidos a engrenagens.

O Gessinger é uma dessas "coisas" que nunca deveriam morrer. Coisa no melhor sentido que palavra pode ter. Um ídolo...
Infelizmente, como todos, um dia irá partir.

Mas tenho certeza, que quando as suas engrenagens pararem de girar, ele seguirá sendo sempre um ídolo, desses que nunca morrem, desses que são eternos. E mesmo eu sendo colorado, não tenho dúvidas da grandeza do seu querido Grêmio, e sei que em meio a um minuto de silêncio merecidamente respeitado, numa Nova Arena já velha, surgirá uma faixa erguida em meio à torcida, e gigantemente escrito: "Gessinger, Engenheiro Imortal!"

Os ídolos não podem morrer...


terça-feira, 4 de setembro de 2012

O QUE NOS TORNA HUMANOS

O que fez com que nossa raça deixasse de ser pré-histórica e se tornasse humana? Será que apenas uma mudança de era? Ou por o advento das idéias, do ser pensante que começou a mudar o mundo, a dominar o fogo, que inventou a roda e se esqueceu de se reinventar...

O que nos torna humanos?

Em tempos onde "pais jogam filhos pelas janelas, filhos no lixo, onde um pai mantém a própria filha em cativeiro por anos estuprando-a, onde uma sessão de cinema vira massacre, onde goleiros transformam mulheres em ração pra cachorro e onde esposas esquartejam maridos e colocam em malas". Até que ponto um ser-humano pode chegar, qual o seu limite, qual o momento que deixamos de "ser humanos" e nos tornamos animais. Não, os animais não merecem essa alcunha pejorativa, tal termo pejorativo era para ser o "humano". "_ Você é um humano!"

Nós estamos em retrocesso... Nós estamos conseguindo inverter os papéis, incrivelmente esse ser "pensante" que pode mudar e dominar o mundo parece estar retrocedendo, estamos novamente virando pré-históricos, homens e mulheres das cavernas. Daqui a pouco vamos perder o poder da fala, começaremos a ficar peludos e caminhar curvados.

Está faltando humanidade em nós.

Nem vou entrar no mérito de guerras e atentados, pois seria diálogos infinitos, só o exemplo de "homens-bombas" explodindo por aí já explicita o tamanho da "desumanidade". Parece definitivamente impossível viver em paz total, há sempre uma nação desumana querendo desumanizar outra. É o incrível processo de conquista a qualquer preço.

Está faltando compaixão. Já não se sabe mais o que nos torna humanos, a essência da palavra já se perdeu por completo e o que podemos fazer é seguirmos o caminho com a sorte de não cruzarmos por aí com uma dessas cabeças insanas que desfazem com a ordem cronológica da vida.

Se Deus nos criou, esqueceu-se de nos domesticar.

Só está faltando novamente conquistarmos as mulheres com um tacape na cabeça, dinossauros ainda não têm, mas corações de pedra já há.